2 de julho de 2011

Crônica: Qual a nota do seu curso?

O barulho da visita do MEC já passou, a nota da avaliação do nosso querido curso já saiu e – acho que aqui vai o mais importante – o pretexto para sustentar máscaras sob a justificativa de não sabotarmos a nós mesmos já passou (se é que me entendem). Antes de prosseguir, vou fazer aqui minha mea culpa: também fiz meu papel como parte dos bluecaps de Suassuna que balançaram o rabinho para “os homi”. Justificável, acho. Melhor do que correr o risco de jogar um ano e meio de mensalidades pelo ralo. Passado o momento confessional, segue minha opinião sobre a pergunta que levantei no título.
              
 Indo direto ao ponto: 4 é justo. O problema é que a escala é apertada. Mas, numa avaliação geral, pesando prós e contras, 4 é uma boa nota. Coloca a UnP no mesmo patamar do pessoal da Praia do Meio (eu sei que parece, mas não é jocoso. Praia do Meio é legal, gente), ressalta as qualidades do curso sem, no entanto, se deixar levar pelo oba-oba daqueles que veem o curso como digno de um “dez”, digo, cinco. Mas a nota, em si, não é tão importante. O que interessa para mim, com isso tudo, é a discussão.
                 
Primeiro, vamos às qualidades (contrariando a convenção social amplamente aceita de que más notícias vêm primeiro). O curso de medicina da UnP – aos meus olhos –  se notabiliza, pela modernidade de sua concepção, tanto no que diz respeito a certos aspectos de sua proposta pedagógica (grifem o “certos” antes de “aspectos”), quanto na bela infraestrutura que o suporta (sim, estou falando da fachada bonita e dos bonecos do hospital simulado). Este “ar de modernidade” me parece criar um ambiente com mais oportunidades para o crescimento profissional do que certas instituições públicas que, muitas vezes, se veem engessadas pelo modelo de gestão público. Repito: nada contra a Praia do Meio, muito pelo contrário (meu pai trabalha lá, aliás...).
                 
Tudo isso dito, agora é a hora das cornetas soarem e se retorcerem (os mais ácidos entenderão o gracejo): nosso curso passa muito longe de merecer conceito máximo. É uma pena, pois temos qualidade para tal honraria. E mais triste ainda, é constatar que o fator que nos deixa mais distante desse ponto ideal é a empáfia de algumas pessoas que coordenam nosso barco.
                 
O bafafá que circulou nos nossos correios eletrônicos durante os últimos dias explica, melhor do que vários parágrafos de minha autoria, o que quero dizer com as afirmações acima. Alunos sem notas, impedidos de fazerem sua rematrícula protestam. Resposta? Intimidação, som de cornetas no ar (eu não me canso de usar dessa tirada) e... silêncio. Tudo isso traz à memória um certo dia no anatômico... Não, dessa vez não é para tanto. Mas o amadorismo com que a coordenação lida com o caso é o mesmo. E é justamente isso o que me irrita. Enerva-me, e me faz dizer que os maiores culpados pelo nosso belo curso não ser melhor ainda são aqueles que o dirigem, coordenam, ou seja lá como eles o chamam.
                
 Cuidado com a interpretação da frase anterior. Não estou dizendo que o trabalho da “cartolagem” é um lixo e que está tudo errado. Há méritos, muitos aliás. Mas a prepotência de certas atitudes e o descaso com os alunos apenas reflete certas ingerências que mancham um curso médico com um potencial fantástico. E isso é trágico, para se dizer o mínimo.
                
 E você, o que acha disso tudo? Qual a sua nota para o nosso curso? Já cansei de cornetear por hoje.

Guilherme Souza
Acadêmico de Medicina

1 comentários:

Fernando Palácio disse...

Muito boa crônica caro colega Guilherme! Aonde eu assino? Eu estive vendo a nota das outras faculdades e percebi que estamos mesmo na média das outras que tiraram nota 4! Uma pena que devido a problemas que não cabem a nós alunos resolver não conseguimos o 5! Um dia quem sabe ELES aprendem!

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